juntando as letras
.....por mais letras que junte direi sempre muito pouco.....
Acerca de mim
- Nome: antónio paiva
- Localização: Natural de Vila Nova de Poiares, distrito de Coimbra, a residir na Ilha da Madeira, Portugal
domingo, novembro 26, 2006
sábado, novembro 25, 2006
sugestão de oferta de Natal solidária
Este Natal compre este livro, ofereça este livro.
Ao comprar ou oferecer este livro, está a adquirir e a oferecer um amigo de todas as horas, silencioso mas sempre presente, pode-se conversar com ele sempre que se quiser.
Ao mesmo tempo está a ter um gesto solidário, a apoiar uma causa meritória, a doar 1.50€ às Aldeias de Crianças SOS.
Pode adquiri-lo das seguintes formas:
Ao comprar ou oferecer este livro, está a adquirir e a oferecer um amigo de todas as horas, silencioso mas sempre presente, pode-se conversar com ele sempre que se quiser.
Ao mesmo tempo está a ter um gesto solidário, a apoiar uma causa meritória, a doar 1.50€ às Aldeias de Crianças SOS.
Pode adquiri-lo das seguintes formas:
Livraria Leitura no Porto
Rua de Ceuta, Nº 88
Telefone 222 076 200
Livraria Buchholz em Lisboa
Rua Duque de Palmela, Nº 4
Telefone 213 170 580
Livraria Julber no Funchal
Centro Comercial Infante, loja 238
Telefone 291 231 279
Loja Ecopy - Faculdade de Economia do Porto
Loja Ecopy-Universidade Portucalense no Porto
Loja Ecopy-Ermesinde
Ou através do e-mail: ecopy@macalfa.pt
Se pretender o livro autografado pelo autor, efectue o pedido para:
antoniopaiva21@gmail.com .
Os meus sinceros agradecimentos.
terça-feira, novembro 21, 2006
um programa de rádio, a respeito do livro "juntando as letras", disse:
Onda de Leitura, RDP Madeira, Antena 1
de 9 a 15 de Outubro de 2006
juntando as letras, de António Paiva
Há alguns anos, discutia-se poesia nos bares do Funchal. Falava-se dos poetas malditos e dos surrealistas, principalmente. O livro de José Agostinho Baptista Jeremias, o Louco também fala dessa cidade e desses lugares. Recordamos então um amigo, que afirmou que só quem ainda não encontrara qualquer coisa parecida com a felicidade se poderia dedicar a escrever poesia. Pasmámos, porque ele ainda era jovem e até já publicara alguns poemas de qualidade. Tão jovem e já tão assim satisfeito e tão sentado? E lembrámo-nos de um dístico, quase epígrafe: “E se fôssemos felizes, que desejaríamos então?”Estes pensamentos são-nos inspirados pela leitura de um livro de poesia intitulado juntando letras, de António Paiva, que achou por bem lançar a sua obra na livraria que apoia a “Onda de leitura” onde nos banhamos. Como disse alguém a quem mostrámos o livro, e que não teve muito tempo para o consultar, esta escrita tem o seu quê de “naif”, que entendemos como um misto de ingenuidade e singeleza, e que está de acordo com a tonalidade dos poemas, como se verifica logo no início da obra: “queria dizer-te coisas, contar-te segredos, não sabia como o fazer, então fechei-me aqui sozinho, juntando letra atrás de letra, pensando que me escutavas…”. Este livro é sobretudo comunicação - de alguém que procura abrir portas, as suas e as de quem quer tocar com o seu amor. Essa comunicação é, por isso, um processo de conhecimento de si e dos outros, como acontece com as letras, ou mais propriamente, com a linguagem.
O conhecimento do Outro e o auto-conhecimento vai-se realizando à medida em que os seres humanos vão aprendendo a linguagem verbal. Com as palavras, o autor busca o amor, procura a pessoa amada na tentativa de se encontrar consigo próprio.
Exemplifiquemos com o poema “alma agreste”:
empresta-me os teus olhos
quero ver-me
empresta-me os teus ouvidos
quero escutar-me
empresta-me o teu coração
quero sentir-me
empresta-me a tua dor
quero o castigo
fala-me de mim sem rodeios
tu sabes
vivo dentro de mim punho cerrado
ostra gélida de temor
toca-me no ponto incerto
alma agreste e errante
algures na madrugada mão aberta
No poema intitulado “da poesia”, o poeta reflecte sobre a sua própria arte, dizendo que “escrever poesia não é ser poeta/ juntar sentimentos é aprender/ juntar letras é escrever a alma…”. Define, enfim, a sua poesia como uma expressão de sentimentos, posicionando-se numa perspectiva quase romântica, ou pelo menos pré-modernista, como dando razão ao nosso amigo que defendia a ideia de que só se dava a escrever poesia quem não se sentia satisfeito e se dava ao culto das lamentações ou à demanda dos sonhos.
Mas é aqui que nos encontramos com António Paiva: julgamos que a grandeza do homem está na busca permanente, na insubmissão ao fado, na procura do mais-além. O território do homem livre, tal como o do poeta, é a liberdade. Por isso há aqueles que procuram abrir as portas, as dos outros e as suas, mesmo que não sejam poetas, ou seja:
pausa
deixem-me ainda que ingenuamente
acreditar na utopia
agora que tenho tempo.
Depois podem fazer ruído
recuperei algum equilíbrio
é só um instante já vou abrir